Sabemos
que, como sociedade, evoluímos além da ideia de que mulheres são propriedades, que o que nós sentimos, o que acontece conosco,
importa. Não podemos negar que, durante os anos, nós evoluímos como sociedade e
fomos, com o tempo, tomados por uma consciência
da opressão das mulheres,
acompanhada da vontade de instaurar a
igualdade dos sexos em todos os domínios, a médio ou a longo prazo.
Aquela
cultura que dominava e domesticava as mulheres e que as confinavam na esfera do
privado se tornou obsoleta em grande parte. No passado, quando discutiam o voto
das mulheres e usavam como argumento que caso as mulheres conquistassem
direitos na política, seja se elegendo ou votando, seria a destruição da
família. Ora, “frívola mania” das mulheres de se aplicarem a temas para os
quais parecia que a natureza não as formara, em um desvio dos verdadeiros fins
para que foram criadas, que a mulher não
possuía capacidade, pois não tinha, no Estado, o mesmo valor que o homem.
Os
séculos foram passando, muitos direitos conquistados, mas em um certo momento
acabamos nos perdendo como sociedade em vários sentidos. Nos perdemos no tempo, nos perdemos na luta,
e deixamos de evoluir como indivíduos em vários aspectos, principalmente
referente à liberdade individual.
Nos
perdemos no tempo, quando alguns indivíduos ainda hoje acham que a mulher é uma
auxiliar do homem, que foi feita para ser dona de casa e para servi-lo. Nos
perdemos quando ainda hoje vemos casos de violência domestica onde o motivo é
claramente o machismo. Nos perdemos quando as pessoas se acham no direito de
humilhar uma mulher por causa de um vídeo de sexo. Nos perdemos quando, existem
culturas que as mulheres, ainda hoje, não tem voz. Nos perdemos, por outro
lado, quando passamos a vitimizá-las a ponto de não saber a diferença do hoje
para o passado, defendendo uma opressão tamanha que não é real.
Nos
perdemos na luta, deixamos muitas vezes de lutar por igualdade, deixamos de
exigi-la para pedir privilégios, cotas. Nos perdemos quando achamos que tudo
bem ser preconceituosa, afinal fomos e somos vitimas de preconceito. Nos
perdemos quando queremos silenciar os homens com a desculpa de que ontem e ainda
hoje por vezes somos silenciadas. Nos perdemos quando defendemos misandria,
ódio, raiva. Nos perdemos quando vemos uma mulher frágil precisando de ajuda e
usamos ela para nossa luta. Nos perdemos quando, ao invés de batalharmos para
um país mais igual, apoiamos um governo que adora segregar a sociedade. Nos
perdemos quando deixamos de ouvir.
Talvez
você não se identifique com tudo que eu disse - eu particularmente não -, mas
muitas são assim, e quando temos dois lados extremos guerreando, como se tudo
fosse uma disputa de quem sofre mais, nós perdemos como sociedade.
''Qual o lugar da mulher na sociedade? Eu espero que os defensores das liberdades civis reconheçam que esta é uma pergunta estranha. Você pode até não perceber como essa pergunta é estranha até que você reverta. Qual o lugar do homem na sociedade? Lugar do homem? A sociedade é composta de seres humanos, como um ser humano tem um lugar nele? '' Joan Keneddy Tayler
Moça, você escreve muito bem, parabèns!!
ResponderExcluirObrigada xD
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