sexta-feira, 25 de março de 2016

As suffragettes : O Filme

 11 de janeiro · Editado 
 
''Nunca subestime o poder que nós mulheres temos para definir os nossos próprios destinos!''

Se eu tivesse que falar neste momento eu não saberia por onde começar, eu simplesmente ficaria sem palavras. Você estuda, lê vários artigos e pesquisa. Debate com as pessoas e tenta elucidá-las que aquilo que falam não é verdade e que tem muito mais, e parece que as pessoas não estão aptas ou dispostas a te ouvir. É como não importasse quantos nomes você desse, quantos detalhes pertinentes da história você contasse, não importa nada pois as pessoas estão tão preocupadas em julgar o feminismo pelo o que elas vêem atualmente e as feministas estão tão preocupadas em distorcer tudo para tirar algum beneficio, que por vezes você sente como se fosse sufocar, sobe um gosto amargo, uma raiva momentânea por ler absurdos e generalizações. Mas então surge a excelente idéia de realizar um filme sobre uma pequena parte, mas muito importante da história do feminismo e quando você tem oportunidade de ver, a emoção floresce pois era exatamente tudo que você tem falado a mais de quatro anos e toda a angustia de ver um Mundo passando uma imagem sobre o feminismo que não é verdade, não é o puro feminismo passa e todos os anos e matérias retratando mulheres misândricas e seios de fora e agressões verbais e perseguições, mulheres querendo impor uma guerra dos sexos, fazendo olimpíada de opressão e lutando por privilégios se apaga em 1 hora e 40 minutos de puro feminismo.

Foram 1 hora e 40 retratando o que as mulheres passavam. Maltratadas, surradas, taxadas de loucas pq queriam apenas o seu direito e sua liberdade. Quantas de nós por diversos motivos não fomos taxadas de loucas? Seja por homens, por outras mulheres.. Mostrou - nas entrelinhas- que a Revolução Industrial foi importante para as mulheres que se reuniram e buscaram direitos e liberdade. Mostrou que mulheres brancas eram também pobres e proletariados, a despeito do que algumas vertentes dizem. Mostrou a história nua e crua.

''Sejam militantes da sua própria maneira.''

É tão libertador, e quando eu penso nos conceitos anteriores eu fico triste. Fico triste por existir tantas feministas que não entendem que eu não preciso seguir a maneira delas para militar, que eu não preciso fazer o que elas fazem para isso e que conquistamos muito. É triste ver que meninas mudam sua sexualidade, seu vestuário e suas atitudes achando que assim vão ser feministas.

Odiar homens não é ser feministas, seguir padrões que fogem do que você é, não é ser feminista. Se moldar para agradar qualquer pessoa independente de quem seja, não é ser feminista. Mentir, aumentar, acusar erroneamente, criar histórias e estatísticas, não é ser feminista. Não existe luta mais justa se não aquela baseada em realidade e honestidade.

''Eu prefiro ser uma rebelde do que uma escrava.''

Algumas pessoas questionam porque eu me rotulo feminista. Engraçado, eu escuto isso a mais de 4 anos e elas continuam perguntando não importe que resposta eu dê. Eu sou feminista por mim e por vocês, mas não da forma que a maioria acredita. Eu sou feminista pois defendo o seu direito de ser quem você quer ser - dona de casa ou empresária. Eu sou feminista pois parece que meu coração vai se dilacerar em mil toda vez que vejo a foto de uma mulher com rosto mutilado pois ela se recusou casar com um homem no Oriente Médio. Sou feminista pois acredito que ainda hoje muitas mulheres não conhecem seu próprio corpo e não são donas das escolhas na sua vida. Eu sou feminista pois eu acredito que não devemos fingir que não existe estupro, trafico sexual e violência domestica. Eu sou feminista mas eu não quero privilégios. Eu sou feminista pois eu sou ouvida mas outras não, e eu desejo que elas sejam ouvidas. Podemos ouvi-las agora?

''Nunca se renda, nunca desista de uma luta''

As ultimas palavras da Emily Davison. E eis o motivo de eu não largar meu rotulo a despeito de tantos ataques e tantos amigos vindo questionar o motivo de me apegar tanto a ele. Nunca se renda!

Então eu não me rendo. Não me rendo contra coletivistas que vivem por querer distorcer a história e vitimizar mulheres. Não me rendo contra conservadores que acham que devemos aplaudir misoginia. Não me rendo diante de ataques, ofensas e ameaças. Não me rendo diante de textos de ambos os lados que contém inverdades..Eu simplesmente me recuso a me render.
Quem sou eu?! Apenas mais uma com discursos longos que usa de inspiração essas mulheres fantásticas. Não apenas mulheres, mas todos os grandes ícones do movimento do direito das mulheres, vulgo feminismo.

Quando eu terminei de ver este filme eu senti medo. Eu senti medo pois me coloquei no lugar daquelas mulheres, eu senti medo pois me coloquei no lugar das mulheres que não tem informação e são doutrinadas a acreditar que são inferiores aos homens e que devem obediência a eles (ainda hoje temos muitas assim). Eu senti medo, pois eu não sei o que esperar do futuro. Não sei se vamos ter uma onda de vitimismo maior dos movimentos pos-modernos ou se vamos ter uma onda contra esses movimentos com tanto ódio e cegueira quanto os mesmos. E nesse meio, onde esta os nossos direitos? Nossa liberdade que ambos os lados querem castrar? Feministas contemporâneas querem ditar como a mulher deve ser, o que deve sentir, o que deve dizer. Querem ditar nossas vestimentas, nossos hábitos, lutar contra um padrão impondo outro. E não são as únicas, pq o outro lado é igualmente autoritário e também tem o ímpeto de castrar liberdades femininas.

Então eu chamo vocês, homens e mulheres, a não nos calar. Não importa quantos venham, não importa quantas ameaças. Eles não podem nos tirar nossa individualidade. Não precisamos por seios de fora, se não quisermos. Não precisamos nos rotular vadias, se não quisermos. Não precisamos assumir pautas, se não concordarmos. Vamos superar essas ondas de fanatismo, pelo bem da nossa liberdade.
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