sexta-feira, 25 de março de 2016

Carta resposta a invasão da USP

 16 de outubro de 2015 · Editado 
 
>>> Carta resposta a invasão da USP <<<

Eu não te devo a alma, eu não te devo nada!

Não querida, eu não te devo a alma e minha família não roubou nada da sua família e sem sombra de duvidas muitas famílias de índios, latinos, caucasianos, orientais...Não roubaram sua família.

Escravidão aconteceu e por vezes acontece em outros países, mas se você se considera escrava é apenas escrava das suas idéias fora da realidade e uma visão deturpada da nossa cultura. Não, você não é escrava e eu não sou sinhá. Somos todos indivíduos pertencentes a uma sociedade em que todos, absolutamente todos tem a liberdade de seguir seu caminho e decidir sua história, cada um com a sua vivencia e suas barreiras a serem ultrapassadas, evidente.

Não foram os meus ancestrais que escravizaram sua família, foi em grande parte pessoas da sua etnia que os venderam. Milhares de povos no Mundo também foram escravizados e no entanto é apenas alguns negros que batem no peito xingando os outros por achar que sua etnia, ou melhor, sua cor de pele é carta branca para falar o que quiser e ai de quem discordar. Você pode falar o que quiser pois é sua liberdade de expressão, mas não venha me chamar de racista por não concordar com seu vitimismo, ok?!

Aos seus olhos, cheios de ódio e preconceito. Na sua cabeça cheia de raiva e dificuldade de se aceitar, coloca culpa em terceiros para suavizar sua dor e sua culpa do que você é hoje, ou do que se tornará amanhã. Não, eu não te devo nada.

Sua mãe preta não limpa meu chão e não limpa o chão de muitos. E limpar o chão, minha cara, não é vergonha não. Auxiliar de serviços gerais à empregadas(os) domesticas(os), todos recebem pelo serviço que fazem e o fazem sem serem obrigados. Um emprego como qualquer outro com seus diferenciais de atividades e valores, de certo, como qualquer outro. Não são negros ou mulheres apenas, milhares de pessoas no Mundo trabalham na limpeza de casas domiciliares, repartições publicas e privadas e te pergunto: Qual o problema nisso? Qual a vergonha disso? Parece que desmerece os trabalhadores da limpeza, não faça isso. Eles merecem todo o respeito e não pessoas diminuindo e induzindo coisas que não são verdade a cerca dos mesmos e dos seus trabalhos.

O chão da rua que você pisa foi limpo por um gari, o chão do shopping que você pisa foi limpo por um auxiliar de serviços gerais. E todos ganham pelo seu serviço. Não tem nada a ver com escravidão ou racismo. Em que mundo vive para achar que todos os indivíduos que tem como profissão atividades de limpeza são mulheres negras? Um pouco de racismo vindo de quem diz lutar contra o racismo.

Com tom de voz agressivo diz em alto e bom som palavras de ordem e ofensas a pessoas que não conhece, julgando-os pela sua cor de pele. Não, querida, meritocracia não é fácil, sorte daqueles que nasceram em boas famílias mas a grande maioria de nós, independente da cor de sua pele ou do seu sexo, não teve a sorte de nascer em berço de ouro.

Sua preguiça de 'levantar a manga' e ir a luta faz com que vitimize-se e culpe outros pelos seus futuros fracassos. E orgulho mesmo quem tem que ter são pessoas como o brasilience Cicero Pereira Batista, preto e pobre, filho de mãe alcoólatra e órfão de pai que ja teve que revirar lixo atrás de comida mas superou todos os problemas e se tornou enfermeiro e depois formou-se em medicina. Orgulho mesmo é ver jovens como o Higor Alves de 17 anos estudante de escola publica e passou em 2º lugar no vestibular sem optar pelo sistema de cotas. Ou Wester Silva Vieira, 19, foi aluno de escola pública, estudou sozinho e passou em quatro faculdades públicas de medicina e Jessé Soares, estudante que vendia bombons no ônibus e se graduou em medicina. Todos esses casos são exemplos de meritocracia e certamente não são os únicos e poderiam ser mais se não fosse esse discurso vitimista.

Então caríssima, PODE ENGOLIR O CHORO, pois o povo não tem cor, somos multirraciais, somos negros, caucasianos, latinos, índios...Somos uma bela mistura de tudo e de todos. Então comece a engolir o choro, pois não te devo nada. E não, eu não tenho medo nem de você nem de ninguém e ameaça? Ameaça é feito por fracos que só sabem latir e tem medo de morder. E se morder poderá ser mordido, e ao ser mordido...Engole o choro, PORRA!

E agora eu lhe direi: Meu nome é Juliana, sou bisneta de índia, espanhol e italiano. Sou latina, sou mestiça, sou brasileira COM MUITO ORGULHO, mesmo com cada um individuo do movimento negro vindo dizer que eu devo ter vergonha da minha raça, que devo ter vergonha da minha cor e da minha origem, origem de trabalhadores braçais (por acaso). Então cale-se você. Eu quero é que se foda todo esse discurso vitimista e eu vou continuar de pé e dizer na sua cara que você é uma racista de merda e você vai cair, um por um, hoje é dia de você parar e pensar e sentir muita vergonha. Vergonha desse seu racismo, seu preconceito e seu vitimismo. Tem que sentir vergonha, tem que sentir vergonha pra caralho!!!

Então engole o choro racista pois eu não te devo nada!

#Ju

Video: https://www.youtube.com/watch?v=shD4yaj2zvs

Ps.: A questão de citar que os próprios negros vendiam negros não é para amenizar nada, é para mostrar que nem sempre são oprimidos e vitimas, e quando são vitimas também foram vitimas deles mesmos...

Ps2: Dizer que não é valido falar em meritocracia e dizer que é uma mentira é falacia da braba até pq deu exemplos de pessoas que cresceram pelo próprio mérito, do lixo ao consultório. Quero ver dizer que isso é mentira.
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