domingo, 4 de setembro de 2016

Feminismo individualista

Quando se é feminista individualista, principalmente no Brasil, você lida com pessoas de todas as ideologias questionando o fato do feminismo individualista ou do feminismo liberal. 

A bem da verdade é que ambos os lados não estão preocupados em entender e nem querem. Eles estão preocupados em atacar, por algum motivo eles tem um desejo de atacar e atacam. Contudo atacam com argumentos em sua maioria pífios, desonestos e deturpam.

Feminismo não é uma ideologia como qualquer outra. O nome foi dado a uma série de movimentos, filósofos, políticos que se posicionavam em prol do direito das mulheres ao longo dos séculos. É uma ideologia extremamente plural tendo vertentes de acordo com a ideologia politica anexada. E foi ''sequestrado'' pela esquerda que insiste em negar a história do ideal que muitas vezes é desconhecida pelas mesmas.

Quando nos deparamos com pessoas do meio liberal/libertário a tendencia é usarem o argumento de ''como pode um coletivo ser individualista''. Eu acho curioso esse tipo de posicionamento até porque muitas dessas pessoas são realmente estudiosas, mas não perdem a chance de usar esse tipo de argumento.

Coletivo é definido por grupos. Quando se fala de um coletivo se fala de um grupo. Então um grupo (movimento) é um coletivo de pessoas. Sendo assim, qualquer grupo de indivíduos é um coletivo. O que é diferente de coletivismo, talvez isso que faça a maior confusão na cabeça de alguns.

O individualismo politico é basicamente a defesa de não anular o individuo em prol do coletivo. Ou seja, não sobrepor os desejos do coletivo (grupo) sobre os desejos do individuo. Se você pertence a um grupo por livre associação pode ser sim individualista se o seu pensamento for individualista, se suas opiniões e suas pautas não se basearem em anular o individuo.

Sendo assim, as pessoas confundem coletivo com coletivismo. E isso é um dos erros mais recorrentes no meio libertário no que tange a criticar feminismo.

Se sou uma patricinha socialista que gosta de banho por ser feminista individualista? Não. Meninas que são anti-feministas podem ser tão ''patricinhas socialistas que gostam de banho'' como qualquer outra. O que difere o socialismo, o que difere o coletivismo do individualismo não é estar em um coletivo com livre associação, coisa que o libertarianismo - inclusive - defende. O que difere é sua conduta perante o individuo e a sociedade, em geral. Sendo assim, facilmente uma pessoa pode se considerar feminista e manter sua autonomia, manter-se fiel ao individualismo não anulando o individuo em prol do coletivo e principalmente não defendendo ações e pautas referentes a conduta coletivista que é sim autoritária.

Se o libertarianismo e o liberalismo defendem livre associação, se muitos tem coletivos (grupos) ativos em prol do ideal então qual o problema de existir um grupo que se una em prol de assuntos de interesse mutuo sobre o aspecto individualista e se rotula como feminismo individualista? E nem estou entrando no mérito histórico.

Então vou ser rude e direta, quando eu digo que muitos desses libertários e liberais que atacam o feminismo individualista não fazem ideia do que é coletivo, do que é coletivismo ou do que é individualismo, tem sentido. E espero que o problema seja só ignorância e preconceito por causa do feminismo contemporâneo e não pura burrice.

Jandira Feghali e o uso da mulher como palanque e escudo politico


O cenário politico eleitoral brasileiro é de fato um circo e a grande culpada é da população. Não podemos negar nossa culpa, afinal eles dizem - em parte - o que queremos ouvir. 

Se o feminismo esta em alta e super debatido nada mais natural do que as mulheres candidatas usarem disso para sensibilizar a plateia e o publico eleitoral. Aconteceu isso com Luciana Genro, com Dilma e, agora, com Jandira Feghali. Então aqui vai minha crítica à atual conduta da candidata Jandira Feghali.

Apesar de ser mulher e feminista e de desejar que mais mulheres de várias ideologias entrem na política, não posso me silenciar ao fato do uso - ou melhor, abuso - que as atuais candidatas fazem da palavra “mulher" em tom apelativo.

Qualquer coisa, qualquer resposta, qualquer situação mais ríspida, elas já levantam a carta "sou mulher, isso é machismo". Jandira ontem deu um espetáculo, como ela mesma disse na sua página. Um espetáculo lastimável, diga-se de passagem. O que já notava em sua página se concretizou no debate televisivo: sua despreocupação com o Rio de Janeiro e com a população carioca é ululante, e seu desejo de ter cargo fixo de marqueteira do PT é nítido.

Em um debate para que candidatos exponham suas propostas, estavam mais preocupados em atacar com diretas e indiretas os outros candidatos, comentários que seriam divertidos em um stand-up comedy e culminou em apelos da Jandira que se limitou a falar do impeachment da Dilma, se fazer de salvadora, chamar outros de torturadores e, por fim, dizer que as vaias proferidas pelo público a ela eram por ela ser do sexo feminino.

Prezada Jandira, antes de você ser uma mulher, és um individuo e uma pessoa que tem - ou que deveria ter - interesse de representar os cariocas e elevar o nível da nossa cidade em prol de uma vida de mais qualidade para os que a habitam.

Um individuo que defende coisas e que tem opiniões, e as vaias foram pelo que você representou no debate. Eu te vaiaria dez vezes mais pela sua postura desagradável, pelas suas corriqueiras demonstrações de ódio e de oportunismo, pela sua falta de pauta, pela sua incapacidade de se mostrar responsável e adulta e de parecer uma criança birrenta, implicando com o coleguinha do lado.

Eu te vaiaria dez vezes mais, e em nenhuma dessas vaias seriam por ser mulher, pois isso independe disso. Política não tem lugar para guerra de sexos, e não devemos jamais alimentar esse tipo de rixa, de sentimento na população. Política requer responsabilidade, pautas e objetivo.

A vida da população acaba estando nas mãos dos responsáveis, a economia local idem. Não precisamos de marqueteiros, e sim de políticos honestos e que realmente tenham interesse em buscar o melhor para o povo, e ficou nítido que seu objetivo não é esse.

Não precisamos de candidatas usando as mulheres para angariar votos, nem usando o fato de ser mulher como escudo de criticas.

Uma chuva de vaias para você.

Feminismo Liberal

Surgiu no grupo da página um álbum de uma moça, chamada Ana Bisker, que, em conjunto com outra moça, chamada Mariana Gauer Correia, resolveu falar das vertentes do feminismo. Como sempre, quando essas moças de esquerda resolvem falar sobre o feminismo liberal, é uma lambança só. Resolvi pegar meu super power esfregão individualista e limpar essa sujeira. 

O feminismo liberal e o feminismo individualista são bem parecidos, tem pautas bem similares e andam juntos na maioria dos assuntos pertinentes à sociedade e ao universo feminino. Para mim, a diferença deles é apenas uma tecnicalidade, então, quando eu falar aqui sobre o feminismo liberal, podem englobar o individualista também.

O feminismo liberal e individualista são duas vertentes que deram origem ao pensamento feminista e todas as manifestações datadas desde os registros dos primeiros movimentos históricos rotulados como feminismo por historiadores.

O pensamento individualista inserido no feminismo foi o que motivou vários liberais e anarquistas em seu tempo a abordar a situação sócio-politico-econômica no universo das mulheres. De fato, as feministas dessas vertentes buscam resultados através de ações próprias e isso não quer dizer não tenham empatia e solidariedade com outras mulheres, como gostam tanto de falar. Isso quer dizer que as feministas dessas vertentes defendem que tudo parte de como você luta e se posiciona.

Também é característica dessa vertente do feminismo não anular as outras mulheres em recortes de grupos, fazendo olimpíadas de opressão de quem é mais ou menos oprimido por características físicas ou sociais. Defendemos que toda mulher tem capacidade e força interior para superar obstáculos, mas também entendemos que muitas precisam de ajuda para isso. Mas essa ajuda está longe de ser retirar a voz dessas mulheres ou se considerar suas porta-voz, e sim ajudá-las a conquistarem sua voz e a decidirem por si próprias.

Talvez essa diferença de ação que torne difícil de entender, então vou tentar ser mais clara. Toda mulher tem poder sobre si, muitas ainda não sabem, o feminismo dessas vertentes defende que cada mulher deve escolher seu caminho e ter direito à sua propriedade sem interferência de terceiros ou do Estado. E cabe as mais empoderadas explicar isso para mulheres que são apagadas e ignoradas socialmente, mas explicar não é tirar-lhe a voz e falar por elas. Elas têm o direito de decidir, não o movimento.

Quando se faz recortes, você automaticamente anula o indivíduo em detrimento do coletivo, e isso é um erro e não deixa de ser um silenciamento, pois julga indivíduos de acordo com suas características, transformando sua vivência, sua história e sua voz em apenas mais um número em um coletivo (grupo) e não um individuo.

Feministas dessa vertentes são pró-capitalistas, por entender que o capitalismo ajudou e ajuda as mulheres a evoluir socialmente e a conquistar um espaço importante na sociedade. O capitalismo traz a modernização, o empreendedorismo, as informações, enfim, tudo aquilo que nos cerca vêm do capitalismo, que possibilitou às mulheres na época da Revolução Industrial otimizar seu tempo graças ao advento de máquinas auxiliadoras de serviços do lar até mesmo hoje, possibilitando que eu possa propagar minhas ideias a outros indivíduos e debatermos temas importantes sobre a sociedade sem precisarmos nos encontrar.

A sociedade é feita por indivíduos e todos juntos moldamos uma cultura, escolhemos políticos e buscamos nosso ideal. Mulheres tem contato com homens, e vice-versa. É um absurdo achar que homens não podem estar inseridos no feminismo quando eles estão inseridos nas nossas vidas e no nosso dia-a-dia. Não apenas por isso, mas a história mostra claramente o quanto esse casamento foi benéfico para a sociedade e na busca por direitos das mulheres.

Existem vários casos em que mulheres tornam-se empreendedoras, superam problemas financeiros e se tornam independentes - isso vem do capitalismo. Ao se dizer anti-capitalista, não apenas se torna um indivíduo hipócrita - por estar usando diariamente meios que vieram do capitalismo - como está negando que o empreendedorismo ajuda às mulheres a serem independentes e que o mercado abre vagas para empregos que possibilitam às mulheres serem independentes também.

No mais, feministas dessas vertentes são sex-positive, quer dizer, que defendemos a prostituição e a pornografia em casos de livre escolha dos indivíduos que decidem por vontade própria adentrar nessas profissões, pois se entende que a propriedade é do indivíduo e ele tem todo direito de fazer o que bem entender com ela, e terceiros não tem direito de intervir.

Dito isso, mulheres têm toda capacidade de tomar decisão sobre sua vida e sobre seu corpo. Diferente do que é dito no link da postagem, onde elas infantilizam mulheres a ponto de colocá-las como incapazes de decidir por si mesmas tomando para o movimento a voz delas e o poder de decisão das mesmas sobre sua profissão e suas escolhas.

Feministas liberais e individualistas defendem liberdades individuais e a máxima "Meu corpo, minhas regras" sem dois pesos e duas medidas. Na sua propriedade, você tem total direito de fazer o que bem entender, e isso inclui prostituir-se, pois sendo um adulto e entendendo o que interfere na sua vida cabe única e exclusivamente a você decidir.

Também somos armamentistas e defendemos o direito ao porte de armas. Critica-se paternalismo estatal. Aqui vai um adendo, as feministas liberais por vezes defendem algumas interferências estatais considerando que os meios justifiquem os fins e que existem exceções, as individualistas negam total atitude estatal perante as questões, por acreditar que o Estado fará mais mal do que bem a causa e que cotas, leis especificas não ajudam. Mas ambas as vertentes defendem que leis devem ter em sua redação a palavra “indivíduo" e não diferenciação por sexo.

Ser uma feminista liberal ou uma feminista individualista não nos torna “vadias" egoístas, como as vertentes de esquerda adoram nos pintar. Apenas conseguimos ver toda a questão com um olhar mais clínico e racional que nos possibilita defender medidas e ações que ajudem de fato as mulheres e as tornem guerreiras e não eternas vítimas.

Sendo assim, nós olhamos para todas as mulheres individualmente e tentamos entender o que essas mulheres sofrem no seu ambiente, não pela sua cor ou classe, mas sim pela sua história.

Questionamos a cultura patriarcal sexista da África e do Oriente e não maquiamos ela com multiculturalismo.

O libfem e o femind é muito mais do que tentam passar e esse texto (no qual o link esta abaixo) é tão desonesto e infeliz que nem tenho palavras para expressar.

Vale ao menos estudar a história do próprio ideal que diz defender e, quando falo isso, não falo de cartilhas ideológicas nem autoras exclusivas da esquerda, falo de tudo, desde Cristina de Pisano até os tempos atuais.

Juliana Schettino
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Link do post original:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1494990320526778&set=pcb.1494990927193384&type=3&theater

Links sobre feminismo individualista:
https://www.facebook.com/clubedasfeministas/posts/1548036402162475

O que ocorre na ''Terra do Futebol''?



Não me importo se Neymar ganha mais em valores do que Marta, esse não deveria ser o foco das discussões. O foco é o empenho da CBF em tentar abafar o esporte para as mulheres, ou sua falta de esforço e preguiça para incentivar o esporte.

Por mais que falemos em voz alta que o Brasil é um país ocidental e que evoluímos, não evoluímos tanto assim. Em um esporte como o futebol, no qual nosso país é chamado de ''Terra do futebol'' temos sérios problemas quando a modalidade é feminina.

Desde o inicio, o futebol feminino teve que lutar para se manter vivo, leis proibiam mulheres de jogar, de se profissionalizar e só tivemos de fato uma seleção graças ao esporte ser inserido nas Olimpíadas. Mas é um engodo, um placebo só para vender uma postura não sexista dos membros da CBF frente a FIFA, enquanto eles esperavam ansiosos qualquer momento para tentar dar um golpe..

Nesta semana foi noticiado por um porta voz da CBF que estariam pensando em extinguir a seleção permanente no país e a desculpa é de que investiram para a seleção feminina conquistar o ouro e no final a mesma não demonstrou nenhum resultado expressivo. O quanto investiram? Não sei, mas certamente elas não perderam um jogo por 7 x 1, não é (rs)? O desempenho poderia ser melhor se o empenho ao esporte, o fosse. Mas na ''Terra do Futebol'' ser uma atleta da modalidade não é nada fácil.

Nunca se perguntaram por quais motivos o futebol feminino no Brasil é tão desprestigiado enquanto temos grandes torneios com públicos na Europa, Japão e EUA? Nunca se perguntaram por quais motivos não existe incentivo, não existe mídia, não existe salário para as moças que querem se profissionalizar?

Muitos respondem que é uma escolha, que não tem publico e fim. Em um país onde a máxima é dizer que futebol é jogo de homem, em que as atletas são chamadas de ''machonas e sapatonas'', vocês realmente não entendem o que ocorre? Acham mesmo que é uma simples escolha ou é como nascer mulher e vestir rosa e andar de patins, pq as convenções sociais dizem que é assim que deve ser? Será mesmo que não tem nenhum sexismo nisso?

Já se questionaram por quais motivos é tão difícil mulheres se profissionalizarem e o absurdo delas não conseguirem se manter na profissão pois precisam pagar suas contas em que muitas tem dois empregos para não abandonar o futebol?

CBF disse que as pessoas não gostam e não ligam, então o que foi esses jogos Olímpicos e toda a repercussão e procura de camisas da seleção número 10 da Marta? As pessoas realmente não gostam ou a CBF que prefere não ter trabalho?

Certamente é um jogo político entre a CBF e a FIFA, e caso a CBF resolva dar continuidade a essa decisão veremos mais capítulos e repudio da FIFA que inclusive ajudou e ajuda financeiramente a CBF a propagar a modalidade no Brasil. Provavelmente a CBF não sabe ou não quer fazer o que lhe propõe, que é incentivar o esporte. E com a desculpa de que não tem resultado expressivo ela ataca a modalidade feminina.

Os números não mentem, mas a CBF sim. Vamos falar sobre os resultados expressivos?

Até 1981 era proibido a participação feminina no futebol e apos a revogação ainda sim era proibido a profissionalização de meninas atletas, no Brasil.

As moças do futebol disputaram sua primeira partida amistosa, em 1986. Mas foi em 1988 que a Seleção Brasileira pode participar de um torneio; ''Women's Cup of Spain'' e venceram o torneio.

Em 1996 foi a primeira vez que o futebol feminino participou dos Jogos Olímpicos de Atlanta e a Seleção Brasileira conquistou o 4º lugar.

Em 2000 nos Jogos Olímpicos de Sidney conquistaram o 4º lugar.

Em 2004, nas Olimpíadas de Atenas, a Seleção Brasileira ficou com a prata, ou seja, 2º lugar.

Em 2003, nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, a Seleção Feminina conquistou o ouro.

Em 2007, a Seleção Brasileira conquistou o 2º lugar na Copa do Mundo e o ouro no Pan-Americano no Rio de Janeiro.

Em 2008, as moças conquistaram o 2º lugar nos Jogos Olímpicos de Pequim

Em 2009, primeiro ano do Torneio Internacional de Futebol Feminino, a Seleção Brasileira foi campeã.

Em 2011 ficaram na 4ª colocação na Copa do Mundo e conquistaram a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos na Guadalajara, México. Neste mesmo ano também conquistaram nos Jogos Mundiais Militares, realizados no Rio de Janeiro, a medalha de ouro. E o vice-campeonato no Torneio Internacional de Futebol Feminino.

Em 2012, foram campeãs em um torneio mundial na Suíça. Contudo não passaram para a semifinal nos Jogos Olímpicos. Conquistaram o 1º lugar no Torneio Internacional de Futebol Feminino

Em 2013, novamente conquistaram o 1º lugar no Torneio Internacional de Futebol Feminino.

Em 2014, faturaram 2 títulos: Campeonato Sul-Americano e o Torneio Internacional de Futebol Feminino.

Em 2015, foram medalhistas de ouro nos Jogos Pan-Americanos no Canadá. Também neste mesmo ano conquistaram a medalha de ouro nos Jogos Mundiais Militares, na Coréia do Sul. E mais um titulo no Torneio Internacional de Futebol Feminino.

Em 2016 participaram pela 2ª vez do Torneio Algarive Cup e foram vice-campeãs. E nas Olimpíadas no Brasil, ficaram em 4º lugar.

Além disso a Seleção Brasileira de Futebol Feminina conquistou a Copa América nos anos 1991, 1995, 1998, 2003, 2010 e 2014. E em um evento multidesportivo internacional, organizado para atletas universitários pela Federação Internacional (FISU) chamado de Universíada, a Seleção Brasileira conquistou o 1º lugar em 2001 e 2005.

Além disso a Seleção Brasileira, tem jogadoras com premiações da FIFA; Marta e Cristiane. Marta foi eleita por 5 anos seguidos pela FIFA (2006 à 2010) como a melhor jogadora de futebol do planeta.

Marta apareceu nos destaques do Bola de Ouro em 2004 como 3º lugar; em 2005 em 2º lugar; de 2006 à 2010 em 1º lugar. Em 2012/2013 ficou com o 3º lugar. E em 2014 com o 2º lugar. Sendo assim, a unica vez que Marta não aparece entre as 3 primeiras foi em 2015, aos 30 anos. Cristiane aparece em 2007 e 2008 em 3º lugar

A Seleção Brasileira de Futebol Feminino também é considerada uma das melhores seleções de futebol feminino do Mundo e apesar de ter pouco (e por vezes, nenhum) apoio dos dirigentes, torcida e imprensa, sempre esta bem posicionada no Ranking da FIFA.

Diante de tantos percalços e obstáculos do esporte, realmente podemos definir esses resultados como não expressivos?

Links:

+ Matéria sobre CBF: https://goo.gl/kqDmGD
+ Entrevista com a Marta em 2013:http://goo.gl/OA6Gv3

A HISTÓRIA DO FUTEBOL FEMININO



Existem relatos de que mulheres jogavam futebol nos anos a.C, no qual elas jogavam uma variação do futebol de campo. O primeiro amistoso internacional feminino ocorreu em 1881, entre Inglaterra e Escócia, em Edimburgo. Dias depois houve um reencontro em Glasgow, mas o duelo acabou cancelado depois que centenas de homens invadiram o campo, empurrando as jogadoras e as obrigando a fugir em carruagens. Já em 1892 veio a primeira partida aprovada pela Federação Escocesa. Não sem a discriminação masculina, classificando o jogo no Scottish Sport como “o espetáculo mais degradante que testemunhamos em conexão com o futebol”.

Documentos mais conhecidos registram o inicio do futebol feminino por volta de 1894 quando Nettie Honeyball, uma ativista do direito das mulheres, declarou que pretendia demonstrar que as mulheres poderiam alcançar a emancipação e ter um lugar importante na sociedade e no esporte e fundou o primeiro clube desportivo britânico chamado, Ladies Football Club.

Outra mulher de suma importância foi Lady Florence Dixie que desempenhou um papel fundamental organizando jogos de exposição para caridade e se tornou, em 1895, presidente da British Ladies Football Club, estipulando que ''as jovens devem entrar no espirito do jogo com o coração e a alma''.

Com a Primeira Guerra Mundial, muitos homens foram para o campo de batalha e as mulheres introduzidas na força trabalhadora, um passo para emancipação feminina, dando oportunidade para mulheres evoluírem e serem vistas socialmente. Muitas fabricas tiveram suas próprias equipes de futebol que até aquele dado momento era privilégio apenas dos homens. No entanto, no final da guerra, a FA ( Football Association) não quis reconhecer o futebol feminino, a despeito do sucesso e popularidade. Isso levou as meninas que permaneceram a jogar em estádios de rugby e sem reconhecimento como atletas.

Após a Copa do Mundo de 1966, o interesse dos amadores aumentou e fez com que a FA, em 1969, criasse o ramo feminino. Foi em 1971 que a UEFA instruiu seus respectivos parceiros a gerir e promover o futebol feminino e na Europa ele foi consolidado nos anos seguintes. Assim, países como a Itália, EUA e o Japão têm ligas profissionais cuja popularidade não deixa a desejar e é considerado similar ao futebol masculino.

Porém no Brasil a história foi diferente, apesar de existir registros de partidas mistas, em meados de 1908. Ocorreu um evento beneficiente, em 1913, onde foi considerado como a primeira partida de futebol feminino no Brasil, mas foi descoberto que na verdade eram jogadores do Sport Club Americano, campeões paulistas daquele ano, vestidos de mulheres. Com isso só tivemos registrado a primeira partida de futebol feminino de fato em 1921, entre moças dos bairros Tremembé e Cantareira, na zona norte de São Paulo, conforme noticiado pelo jornal A Gazeta.

Porém em 1941, durante a presidência de Getúlio Vargas, foi criado um Decreto-Lei 3.199, proibindo a pratica de esportes incompatíveis com a natureza feminina, entre eles o futebol. Esse decreto só foi revogado em 1979. Quatro anos antes de quem vos escreve nascer, diga-se de passagem. Outro órgão que também proibiu o futebol feminino no Brasil foi o Conselho Nacional de Desportos (CND) em 1964 e só foi revogado em 1981, sendo que ainda manteve a proibição das moças se profissionalizarem.

Mesmo sendo decretado a proibição de mulheres participarem de jogos de futebol, em meados de 1958, o Araguai Atlético Clube selecionou 22 meninas para um jogo beneficente, tornando-se noticia e nos meses seguintes vários jogos foram realizados nas cidades de Minas Gerais, Goiânia e Salvador, contudo em 1959, apenas 1 ano depois por pressão dos religiosos o time foi desfeito.

Com a brecha no Decreto em que dizia apenas que as mulheres não poderiam jogar, Léa Campos foi a primeira mulher a terminar um curso de arbitragem no Brasil, em 1967. Superando o Regime militar, a CBD (antiga Confederação Brasileira de Desportos) e o preconceito, Léa seguiu adianta e tornou-se não apenas a primeira arbitra brasileira profissional, mas também a primeira mulher no mundo a apitar um jogo de futebol. Em entrevista ao programa Esporte Espetacular, em 2007, informou que não pode participar sequer da formatura do curso, por represálias dos homens na época. Eis que em 1988, surgiu a primeira seleção brasileira de futebol feminino convocada pela CBF para disputar o ''Women's Cup of Spain''. Elas venceram.

Foi apenas em 1996, à 20 anos atras que o futebol feminino foi incluído na lista dos esportes olímpicos e o Brasil conquistou o 4º lugar, o que ajudou a impulsionar o esporte no país. Alcançaram também o 4º lugar nas Olimpíadas de Atlanta e Sidney e foram medalhas de prata nas olimpíadas de Atenas e Pequim. Em 2007, a seleção conquistou medalha de outro nos Jogos Pan-americanos e nos jogos de Santo Domingo também.

No mesmo ano que a seleção brasileira de futebol feminino conquistou ouro nos jogos Pan-americanos, foi criada a Copa do Brasil de Futebol Feminino, que busca difundir o esporte no país e atrair novos talentos. Talentos como Cristiane, que nasceu em Osasco-SP e desde criança gostava de jogar futebol, e aos 15 anos, foi convocada pela primeira vez para a seleção brasileira. Quem é Cristiana? A jogadora que marcou o gol e garantiu a medalha nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, Hoje, a atacante é uma das peças chaves da seleção e foi eleita a segunda melhor jogadora do mundo, perdendo apenas para a Marta.

De fato, o esporte teve muitas dificuldades no Brasil e chegou a ser exibido em circos como ''atrações curiosas''. As mulheres que decidem seguir essa carreira sofrem com a falta de incentivo e o preconceito cultural. Em sua maioria, jogadoras não são nem registradas em federações esportivas, nem todas as atletas recebem salários ou ajuda de custo dos seus clubes e muitas ganham menos do que um salário minimo. A falta de patrocínio e divulgação, são outros problemas recorrentes na vida dessas moças no Brasil. A presença feminina no futebol ainda busca uma afirmação no país do futebol. A maior dificuldade é tentar driblar o sexismo que é tão predominante na cultura brasileira.

Uma das curiosidades sobre o esporte é que o termo ''torcer'' veio das mulheres que nervosas com os jogos torciam seus lenços nas arquibancadas no séc.XX. As mulheres abraçaram o esporte desde o inicio e tiveram que enfrentar muita resistência, e não apenas pelo direito de jogar mas de torcer, sendo muitas vezes alvo de preconceitos nos estádios. Precisou décadas de luta para que as mulheres conquistassem seu espaço no esporte e ainda hoje, juízas, bandeirinhas e jogadoras enfrentam com coragem os percalços e dificuldades da profissão.

As mulheres estão cada vez mais presentes em campo e nas arquibancadas, mas ainda sofrendo com a disparidade e o sexismo.

QUEEN OF BURLESQUE


Como assim vocês usam Dita e pin-up para retratar uma mulher conservadora e subserviente ao esposo?

Assim que surgiu o meme das paginas de mulheres conservadoras no qual usavam uma imagem de Dita Von Teese em pin-up para retratar uma mulher subserviente ao marido, eu cai na gargalhada e fui prontamente comentar no meu perfil, visto que sou bloqueada em uma das paginas. Ainda hoje vejo a mesma imagem sendo postada em perfis de conservadoras que muitos conhecem.

Se a ideia era provocar, o tiro certamente saiu pela culatra. Usar a Dita com aqueles dizeres é uma auto-trollagem digna de risos e mais risos.

Dita Von Teese, (nascida em 1972) é uma atriz, modelo e popular artista burlesca norte-americana. Ela é responsável pela reinvenção da estética pin-up dos anos 40/50 e do termo 'burlesco'' associado à strip-tease. Fetichista assumida, Dita é sinônimo de sensualidade e liberdade feminina.
Sua carreira burlesco incluiu algumas performances memoráveis. Ela já apareceu em um benefício para o New York Academy of Art vestindo nada além de pena de diamantes $ 5 milhões. Além disso, Von Teese se tornou a primeira estrela convidada na casa de Paris Crazy Horse cabaré com sua aparência em outubro de 2006. E nem precisamos comentar sobre a maravilhosa performance dela em uma banheira feita em um grande copo de Martini.

E vamos combinar? A imagem de Dita em casa, cozinhando, limpando e esperando Marilyn Manson - hoje divorciada dele - é risória.

Para quem não sabe, pin-up são imagens e fotos sensuais produzidas com um forte atrativo cultural no qual as mulheres expõe um leve erotismo baseado em uma determinada época. E a arte do burlesco, nada mais é do que a junção de um streap-tease com a comédia, transformando assim em algo divertido e muito sensual, lembrando também a chanchada.

Então, alguém pode por favor, avisar a essas moças que são motivo de piada quando usam fotos pin-up e da Dita para retratar uma ''moça do lar'', subserviente ao esposo e com modelo religioso ultrapassado?

Agradeço desde já. ;P
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Você me representa?

Em alguns posts da página que vai de encontro ao feminismo coletivista, é comum achar algumas mulheres que dizem que eu, Juliana, e/ou a página, não as representam. 

Eu acho curioso essa ideia de representatividade, até porque nunca busquei representar ou ser representada pelos outros. Eu acredito que, sendo detentora da minha voz, minha autonomia, tendo liberdade para me expressar e decidir sobre minha propriedade, a única pessoa que busco representar é a mim mesma e sou também a única que me represento. Isso é algo básico para definir uma mulher empoderada.

Eu gosto de mulheres em destaque, concordo com uma ou outra, mas nunca coloco ela no pedestal de representação por acreditar que somos indivíduos únicos e devemos manter nossa particularidade e nossas opiniões distintas. Mas o que vejo muitas vezes são fantoches e papagaios.

Eu não sei por quais motivos esse fenômeno tem aumentado ao longo do tempo, mas o fato é que as pessoas estão deixando de ter suas opiniões para ter opiniões de outras pessoas. Eu creio que um dos princípios básicos do feminismo, e consequentemente o que se denomina empoderamento, é se auto representar.

Então, volto a repetir, como faço em todo comentário desse tipo, que não busco representar mulheres ou homens nessa sociedade: eu busco que vocês se representem, que entendam que são seres únicos e façam o exercício de raciocinar e chegar às suas próprias conclusões.

Nenhuma feminista - seja de hoje ou de outrora -, nenhuma personalidade ou político deve estar em um status de representação total. Para mim, pessoas que buscam sempre representação nos outros não são empoderadas, são empoleiradas.

A liberdade não está dentro de uma gaiola trancada por um cadeado, está em voar. Então cuidado ao se sentirem representadas demais e não se deem muita importância em achar que vou ficar chateada por algumas de vocês não se sentirem representadas pelas minhas opiniões.

HOMENS E O FEMINISMO


 

Existe uma atmosfera de debates dentro dos feminismos, dentre vários motivos, como por exemplo métodos para chegar aos seus objetivos e a inserção de um Estado paternalista. Mas o assunto que mais gera discussão é de fato os homens. Então resolvi começar por responder qual é o papel do homem no feminismo.

Em pleno século XXI, ainda estamos discutindo o sexo dos anjos. A bem da verdade esta discussão não é muito antiga, visto que outrora homens tiveram papel importante na conquista dos direitos das mulheres. Bem disse Carlota Pereira ao subir no púlpito quando se se tornou a primeira mulher a ser eleita Deputada Federal no dia 13 de Março de 1934.

''Além de representante feminina, única nesta Assembléia, sou, como todos os que aqui se encontram, uma brasileira, integrada nos destinos do seu país e identificada para sempre com os seus problemas. (…) Acolhe-nos, sempre, um ambiente amigo. Esta é a impressão que me deixa o convívio desta Casa. Nem um só momento me senti na presença de adversários. (...)Num momento como este, em que se trata de refazer o arcabouço das nossas leis, era justo, portanto, que ela também fosse chamada a colaborar. (…)''

Dentre outras coisas em seu discurso, ela evidencia o papel do homem ao ajudar as mulheres na conquista do voto. Durante a Constituição de 1890 a discussão sobre o voto foi intensa, os adversários do voto feminino na época declaravam que, com ele, se teria decretada ''a dissolução da família brasileira''. Mas naquela época as mulheres que lutavam pelos seus direitos não estavam sozinhas, os homens políticos emprestavam suas vozes para lutar pelo direito delas. Homens como Juvenal Lamartine, Saldanha Marinho, Nilo Peçanha, Érico Coelho, César Zama e Fonseca Hermes.

Nas eleições para a Constituinte de 1933, elegeu-se, entre “os deputados do povo”, apenas uma mulher, Carlota Pereira de Queiroz, por São Paulo. Outra candidata, Berta Lutz, alcançaria a primeira suplência, pelo Distrito Federal.

Em outros tempos e em outros lugares do Mundo também surgiam homens que lutavam ao lado de mulheres, foi assim com Marquês de Condorcet, Heinrich Cornelius Agrippa von Nettesheim, John Stuart Mill, Jeremy Bentham, François Poullain de la Barre dentre outros...

Ao longo dos anos as mulheres tiveram que lutar muito para ter seus direitos prevalecidos. Mas onde elas não alcançavam, seus aliados iam, e onde elas alcançavam, eles estavam a apoiá-las. Historiadores, inclusive, chamam Marques de Condorcet como o pai do feminismo pelas suas inserções em prol das mulheres na época da Revolução Francesa. Stuart Mill foi o fundador da Casa dos Machos Feministas. É curioso notar que este discurso de exclusão do sexo masculino é de vertentes recentes que se baseiam em conceitos de esquerda, onde divide a sociedade entre ''bem e mal'' como se estivéssemos em um conto infantil real.

A sociedade é muito mais do que uma guerra de gêneros. Somos todos juntos, independente do gênero, orientação, etnia e credo, partes importantes na sociedade e na cultura. Se nossa luta é para moldar a cultura de forma que seja mais pluralizada, mais aberta e menos preconceituosa, não podemos lutar achando que agredindo vamos conquistar algo de produtivo, porque não vamos. Não se lava sangue com sangue, não se luta contra o preconceito com mais preconceito.

Parece-me que algumas feministas esquecem da história do próprio ideal e sucumbem em uma rede de ódio ao gênero masculino, desde as mais brandas, que só dizem que homem não pode participar e que misandria é uma reação, até as mais radicais, que dizem que homem bom é homem morto ou que só servem para praticar sexo oral. O que me surpreende nesses discursos é a facilidade de serem propagados e comprados por outras pessoas, as vezes até por homens.

É importante frisar que a ideologia visa desconstruir o sexismo da sociedade, mas acima de tudo, ela visa igualdade de direitos e deveres e liberdade para todos os indivíduos decidirem suas vidas como bem entenderem e não seguindo uma cartilha retrograda de uma cultura sexista que ainda se mantém até os dias de hoje. O feminismo é sim uma busca para colocar mulheres em pé de igualdade com os homens, mas isso não quer dizer que devemos silenciá-los, pois eles certamente também sofrem com o sexismo e fazem parte da sociedade, e nem fazer guerra de quem sofre mais. Quantificar sofrimento não é argumento para silenciar e agredir os outros.

Mas como podemos lutar para sermos vistas como indivíduos se julgamos o próximo pelo gênero? Será que muitas não estão tento as mesmas atitudes que criticam? Se desejamos uma sociedade mais livre, não será excluindo indivíduos que iremos consegui-la. A história já mostra que é possível homens feministas, e que eles foram importantes na luta também, que foram grandes apoiadores e, a esses, devemos agradecer, pois se temos hoje nossos direitos, devemos uma parcela, nem que mínima, a esses homens. 

E se hoje desejamos ter um amanhã, é imprescindível largar o discurso de ódio, a segregação por gênero e nos unirmos como seres humanos abertos para falar e para ouvir as mulheres mas também os homens.

OS HOMENS FEMINISTAS



Muito se questiona o papel do homem no feminismo e se ele pode ser visto como feminista. Vemos vários textos e discussões referentes a isso atualmente, principalmente no métier coletivista, mas curiosamente esses mesmos indivíduos negam a história e a importância de cada individuo na sociedade. Eu postei no Clube ano passado, dois textos e vou reposta-los novamente pois eles retratam exatamente o meu pensamento sobre o assunto que tantos homens me perguntam.

Não sei em que momento se perdeu o bom senso no feminismo para uma guerra de sexos, mas é o momento de parar com isso e analisar nossa sociedade em prol de conseguirmos construir bons alicerces para defender a liberdade individual de todos e castrar essa cultura sexista que ainda hoje fere a todos.

Nossa história esta cheia de exemplos como o de Heinrich Cornelius Agrippa von Nettesheim (1486-1535) foi um intelectual polemista e influente escritor e é considerado o primeiro intelectual feminista por alguns históriadores devido as suas escritas. Foi citado por Mary Shelley (Filha de Mary wollstonecraft).

François Poullain de la Barre ( 1647-1725). Foi um escritor, filosofo, estudante de teologia, foi padre antes de se converter ao protestantismo e feminista francês. Convencido da injustiça cometida contra as mulheres e o estatuto das mulheres, ele aplica princípios cartesianos para questões femininas e escreveu textos em sua maioria anônimos sobre o universo feminino e é considerado um dos precursores das teorias feministas. Com uma de suas frases citadas inclusive no livro ''O segundo sexo'' de Simone.

Outro homem importante da história do feminismo foi Nicolas de Caritat, ( 1743-1794) o Marquês de Condorcet, foi um matemático, político liberal clássico, revolucionário e voltairiano anti-clerical. Ele era um defensor ferrenho dos direitos humanos, incluindo a igualdade entre mulheres e homens e a abolição da escravatura, já na década de 1780. Ele apoiou o sufrágio das mulheres para o novo governo, escrevendo um artigo para o Journal de la Société de 1789 e também ao publicou De l'admission des femmes au droit de cité em 1790

O filósofo inglês utilitarista e liberal clássico Jeremy Bentham (1748-1832), afirmou que era a colocação da mulher em uma posição legalmente inferior que o fez escolher a carreira de reformista, aos onze anos de idade. Bentham defendia uma completa igualdade entre os sexos, incluindo o direito ao voto e a participação no governo. Além disto, opunha-se fortemente aos padrões morais fortemente discrepantes entre homens e mulheres. Em seu livro, “Introdução aos Princípios da Moral e da Legislação” (1781), Bentham condena entusiasticamente a prática, comum em vários países, de negar direitos às mulheres devido às suas mentes supostamente inferiores.

John Stuart Mill(1806-1873) foi um filosofo e economista britânico e um dos pensadores liberais mais influentes. Escreveu sobre o sufrágio das mulheres no qual atacou a ideia de que mulheres seriam inferiores aos homens, leis de casamento, escravização das mulheres e foi fundador da Clube dos Machos Feministas, em sua época.

Juvenal Lamartine (1874-1956), foi um advogado, jornalista, magistrado e politico brasileiro. Governador do Rio Grande do Norte, por quase três anos ele foi a peça mais importante para o voto feminino no Brasil. Se opondo aos políticos contrários liberou em seu governo que mulheres pudessem votar e serem votadas e isso ocasionou a eleição de Carlota.

Em conjunto com esses homens, outros homens, muitos dos Partidos liberais e iluministas seguiram a apoiar as feministas da época e motivar a sociedade em prol de uma sociedade mais justa.

Tirar o mérito desses homens é um erro crasso. Uma sociedade é feita de indivíduos e ambos tem o poder, juntos, de alcançar seus objetivos. É importante uma luta em conjunto em prol de mudar a cultura e as leis da sociedade para beneficiar a todos em uma sociedade mais liberal.

Um pouco de história...


Na época das sufragistas, tão questionadas por alguns movimentos coletivistas que dizem aos quatro cantos da internet que eram todas mulheres brancas burguesas que só pensavam nos seus direitos, a fim de transformar aquelas mulheres em opressores e alimentar seu circulo vicioso de vitimismo com mentiras e desonestidade intelectual, existiam mulheres abolicionistas que lutavam também pelo direito das mulheres, dentre elas existiam negras que foram escravizadas e tornaram-se grandes mulheres na luta pela liberdade individual de negros e mulheres.

Dentre essas mulheres, Naomi Anderson, uma ativista do sufrágio que deu um discurso controverso na Convenção dos Direitos das primeiras mulheres em Chicago em 1869, e Mary Ann Shadd Cary, a segunda advogada mulher negra no país, conhecida pela sua oratória dura, que organizou a Franchise Association progressiva das mulheres coloridas em 1880. Ou Anna Julia Cooper, que já anunciou, "A velha vida, subjetiva, estagnado, indolente e miserável para a mulher passou''. Ou a educadora Nannie Helen Burroughs.

Elizabeth Piper Ensley, que lutou no sufrágio para as mulheres de todas as raças no Colorado em 1893. E o que dizer Sarah Massey Overton, lutando para a votação na Califórnia, nos primeiros anos do século 20? E a Ellen Watkins Harper, que uma vez disse: "Eu não acho que a mera extensão do voto uma panaceia para todos os males da nossa vida nacional. O que precisamos hoje não é simplesmente mais eleitores, mas melhores eleitores."

Sojourner Truth, nasceu em 1797 no Canadá e foi para Nova Iorque, quando fora abolida a escravidão no local. Em sua vida foi de escrava a palestrante e ativista dos direitos da mulher e abolicionista. Podemos citar também a grande Harriet Tubman, conhecida como a libertadora negra.

Aqueles tempos eram difíceis e a sociedade estava estagnada numa atmosfera de puro preconceito contra mulheres e principalmente contra negros. Isso não tirou o folego de mulheres negras e brancas lutarem a favor do fim da escravidão e pelos direitos e liberdade individual.

Em contra-ponto, só para deixar claro, existiam mulheres e homens contra o movimento sufragista, uma dessas mulheres, por exemplo, era a Helen Kendrick Johnson, ela argumentou que as mulheres não precisavam do voto para estabelecer mais igualdade econômica e que o papel das mulheres na esfera doméstica era essencial para a manutenção da república americana.
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Na foto: Frances Ellen Watkins Harpe; Ida B. Wells; Anna Julia Cooper; Nannie Hellen Burroughs; Elizabeth Piper Ensley; Mary Ann Shadd Cary; Harriet Tubman; Sojourner Truth

Feminilidade e padronização

Estamos enfrentando uma onda de padronização feminina. Ora, se já não bastasse o padrão imposto socialmente de como deve ser uma mulher no qual somos doutrinadas desde novas, atualmente nós temos indivíduos que dizem lutar contra esse padrão, mas querendo impor o padrão deles.

Se olha no espelho e me diga se o que você vê é o que você é ou o que dizem que você deve ser. Cabelo comprido ou cabelo colorido? Depilar ou não? Maquiagem ou ao natural? As pessoas estão deixando de lutar pela autonomia para impor padrões.

Muitos discursos cravejados de ataques à feminilidade vem munidos de autoritarismo. Para ser feminista, é preciso não se depilar e ter um estilo despojado-retrô- excêntrico? Então o que acontece com a sua individualidade, suas escolhas e seus gostos?

Mas é por um "bem maior", algumas dizem, perde a voz que nem se quer conquistou para um ativismo que te impõe ser e agir como eles acham que devem, com a desculpa de luta contra o padrão e o patriarcado.

O que mais temos visto são meninas novas mudando todo seu visual, raspando cabelo, pintando de colorido, mudando suas roupas e suas atitudes para se adequar à militância feminista. E então eu lhes pergunto: Que feminismo é esse que luta contra um padrão querendo impor outro? Que feminismo é esse que ignora a autonomia e a liberdade de mulheres a fim de fazer uma espécie de lavagem cerebral ideológica?

Queridas, isso aqui não cola! Eu faço escova no meu cabelo quando canso das minhas ondas, me depilo e uso maquiagem quando bem entendo. Sou feminina quando quero. E faço tudo isso, pois eu quero e eu gosto. E no dia que não quiser fazer nada disso, eu vou sair sem estar com as pernas depiladas, com cabelo parecendo um ninho de passarinho e sem maquiagem, pois essa é a minha liberdade: minhas escolhas de ser e vestir o que eu quiser e fazer assim o "meu padrão" e não o dos outros.
Algumas acreditam que ser feminina é uma construção social, ou seja, imposta e doutrinada as mulheres. Eu discordo. Eu entendo que durante nossas vidas nos é imposto determinados padrões referentes ao sexo que nascemos, mas não podemos negar que a feminilidade é individual de cada ser e deve-se respeitar isso. Em nossa sociedade nada é apenas uma construção social. No mais, quer queira quer não, homens e mulheres em sua biologia são diferentes.

Não é vergonha e não é errado ser feminina e muito menos mulheres femininas são sempre doutrinadas. Errado é impor as mulheres feministas que ''desconstruam'' sua imagem com a desculpa de terem sido doutrinadas para ter aquela imagem, enquanto lhes impõe uma outra imagem que as vezes não condiz com o que a pessoa é.

Então, você tem certeza que suas escolhas estéticas e visuais partem do seu gosto particular?

Sou feminista, feminina, maquiada e depilada.

ABORTO!



Eu sou contra o aborto e não por causa de valores morais cristãos, até porque não sou religiosa. 

Eu sou contra por considerar esse procedimento o último de todos os caminhos a ser tomado, é um procedimento invasivo e doloroso, não só fisicamente mas também psicologicamente. Sou contra por questões pessoais. Eu, Juliana, não faria um aborto (não sei como reagiria em caso de estupro) e não tenho intenções de propagar uma idéia de que o aborto não é nada demais, muito pelo contrario.

Eu não consigo ter uma dimensão da dor que trás um aborto, até por que um dos meus maiores desejos é ser mãe. Mas também não posso querer intervir na vida e propriedade de outras pessoas.

Acredito que cada um deve escolher o seu caminho e decidir sobre seu corpo e por isso eu sou o que se chama ''pró-choice''. Eu não devo impor minha opinião sobre uma mulher por meio estatal, mas eu posso levar palavras a ela, nós podemos. Podemos dar educação sexual, podemos dar uma palavra de conforto, e é isso que nos cabe e não achar que temos o poder de impedir que outras mulheres tomem decisão sobre sua vida que nós não tomaríamos.

Sendo assim eu sou contra qualquer imposição, seja por meio estatal ou dogmas religiosos(medo) na vida de uma mulher. Acredito que cada uma é responsável pelo caminho que tomar, e devemos decidir por nós mesmas o que desejamos munidas de informações.

Existem várias questões que discutem sobre o aborto. Questões científicas, religiosas e de saúde pública. Argumentos contra e a favor são variados. Eu costumo encarar a questão do limite de tempo para o procedimento com uma visão cientifica. Apesar se ter um desejo enorme de ser mãe eu não romantizo a gravidez e sei dos problemas que podem surgir na saúde de uma mulher e os estágios do feto. Isso faz com que, apesar de ser um assunto muito emocional eu lide com o maximo de racionalidade possível.

''Juliana, quais principais medidas que devemos tomar sobre este problema de saúde pública?''

Uma das principais medidas - na minha opinião - é montar grupos para palestrar e levar informação as mulheres de periferias e zonas rurais. Ainda hoje mulheres que vivem em favelas e comunidades de periferias não entendem nem sabem usar a pílula. Muitas mulheres não conhecem seu corpo, não sabem lidar com ele. Educação sexual é extremamente importante e as mulheres são, em sua maioria, castradas desses assuntos desde novas.

Ter maior informação e menos burocracia para realizações de vasectomias e ligadura de trompas. Hoje uma mulher da periferia que usa o SUS e faz uma cesariana não pode aproveitar e ligar suas trompas. Tem uma série de burocracias que dificultam mais a vida da mulher que escolhe esse método para não ter mais filhos.

E finalmente, munidos de informações sobre tudo que cerca o sexo, o Estado não tem direito de intervir na vida de uma mulher, ela deve decidir por si mesma. Além disso deve ser legalizado para que caso exista algum abuso em clinicas que as mesmas sejam responsabilizadas.

Eu sou feminista, sou contra o aborto e contra a criminalização do mesmo.

''Eu não sou feminista porque não apoio...''


Curioso o quanto se escuta essa frase, não é? É na mesma quantidade que se depara com a ''você não pode ser feminista porque não apoia...'' Mas a verdade é que ambas as frases são falsas.

O feminismo é uma ideologia filosófica plural e por ser plural acaba causando algumas confusões teóricas. Olhando pela superfície você se depara com o que tem de mais extremo na ideologia. Mulheres misandricas, teorias conspiracionistas, muita distorção da realidade e pautas fracas e muitas vezes sem cabimento, e mesmo as que tem cabimento são emolduradas com ações equivocadas e infantis.

O feminismo é tão rico que até as feministas que tem mais bagagem teórica por vezes se surpreende com uma nova informação. Infelizmente grande parte das feministas não estão abertas as quantidades infinitas de informações, teorias e histórias, e preferem se fechar no seu mundo de faz de conta doutrinado por partidos e coletivos. Em contraponto, as(os) anti-feministas tem basicamente as mesmas atitudes.

Quando você lê a história do feminismo, você descobre que o maior propósito do feminismo é o direito a propriedade. É o direito da mulher pela sua liberdade, pelo conhecimento sobre o Mundo e sobre a si mesma, é aprender a usar sua voz e decidir por si mesma. Como Mary Wollstonecraftdizia, é ter poder sobre si mesma. Partindo desse principio, todas que defendem isso podem ser feministas.

Muitas mulheres que acabam tendo repudio ao feminismo, o tem por essas vertentes super extremistas e pelo que é propagado pela mídia. Mas a verdade é que muitas de vocês, e eu já vi e debati com algumas, tem muito mais a ver com o feminismo do que as extremistas. Basta dar uma chance e se abrir para isso e quem sabe você descobre que é uma ''anti-feminista feminista''? (rs)

Ontem eu estava assistindo um video com pessoas debatendo e ouvi uma moça dizendo em tom de revolta, quase como se fosse uma afronta: ''Eu não sou feminista!!!! Eu sou contra o aborto, sou a favor do porte de armas, não sigo pautas feministas então eu não sou.'' Claro, essa moça realmente deve se sentir afrontada com a minima ideia de ser feminista, mas por motivos escusos afinal não é uma questão de rótulo e sim de usar o feminismo para ter notoriedade.

Mas o fato não é esse, a questão é que (rufem os tambores) eu sou contra o aborto e eu sou a favor do porte de armas e (tcharam) eu sou feminista. (Alguns piraram na batatinha, o chão ruiu, um meteoro caiu..E agora?!).

Então, eu farei uma série de postagens sobre os motivos de eu ser feminista e o que eu apoio com relação a isso, além de criticas. Escolhi as pin-ups para as imagens e vou abordar os principais temas que estão na mídia e que acho importante.

Calma, calma! Não fiquem ansiosos eu vou explicar cada ponto incluindo a questão do aborto.

O feminismo acaba quando...

Quantas vezes escutamos frases como ''O feminismo acaba quando...'' Sobre levantar cimento, bater uma lage, ir para guerra..Enfim, as feministas devem escutar isso sempre, eu particularmente escuto (leio). 

O mais engraçado é que esses indivíduos que vem falar esse monte de bobeira nem se quer sabe o que é de fato bater uma laje ou a preparação de uma parede para pintar nem muito menos entendem quando são chamados de Celite Montana, mas vem cheios de si querer pagar de super macho ''pau pra toda obra'' rs.

Vamos ser francos? Com a modernidade e a evolução os trabalhos se tornaram mais unisex e menos sexistas.

Então meus caros, assim como o sexismo não acaba nas broncas da mamãe mandando vocês lavarem suas cuecas freiadas, o feminismo também não acaba antes de um canteiro de obra. 

O oportunismo transvertido de valores cristãos.


Ela foi a líder do FEMEN-BR. Expulsa, fundou o Coletivo Bastardxs. Logo depois, se rotulou de pró-mulher e fundou um Coletivo chamado MPM (Movimento pró-mulher). Detestada pelas próprias feministas coletivistas e expulsa do FEMEN-BR, tentou montar um grupo próprio, mas, pela sua fama de ter como intuito exclusivamente aparecer, não teve apoio de feministas, seu grupo era formado por quatro.

Extremamente polêmica e sempre buscando os holofotes, Sara Winter, ficou nua, provocou os cristãos em frente às igrejas, e fez atos na praia de Copacabana no Rio de Janeiro contra o Bolsonaro.

Depois de 3 anos, noticias sobre Sara Winter não vendiam mais, não eram mais novidades. Eis que surge em 3 meses uma nova Sara Winter. Rapidamente ela mudou de roupagem e começou a propagar que teria sido curada da doença do feminismo. Em princípio, ela ainda se considerava feminista, mas, notando que seu público aumentava a cada postagem, ela mudou rapidamente e se converteu em uma conservadora cristã anti-feminista ferrenha. Seu intuito? Voltar a ter fama! E conseguiu - às custas do feminismo. Conquistou novamente a fama e ainda um lugarzinho no PSC. Se tornou a prova de que o feminismo "tem cura".

Mas a verdade é que não é o feminismo que precisa de cura, é o ser humano oportunista, mau caráter e doente de valores. Esse tipo de indivíduo está em todas as ideologias. Sara é um exemplo disso.

Em vários vídeos, Sara Winter propaga inverdades. Mentiras que até mesmo eu, que me considero uma "anti-feminista feminista" em se tratando do feminismo coletivista, me sinto na obrigação de partir para defesa das feministas coletivistas.

Sara Winter nunca foi líder feminista! Ela era criticada pelos movimentos feministas e certamente seu livro - pessimamente escrito, diga-se de passagem - não expõe a realidade.

A cada hangout que assisto, vejo nitidamente o oportunismo, a mentira e a distorção maquiada e produzida de uma mulher que se esforça ao máximo para se manter na mídia, pelos piores motivos possíveis, por puro ego.

Não vou defender que a esquerda são flores e que não existem feministas que doutrinam, usam e abusam de mulheres e as convencem de defender absurdos. Essas pessoas existem, mas ao mesmo tempo que podem existir aquelas mulheres que tentam convencer uma grávida a abortar, também existem aquelas que fazem vaquinha nos grupos feministas para comprar mantimentos para mulheres grávidas que foram abandonadas pelos maridos e familiares. Mas evidente que a Sara Winter nunca soube nem viu isso, até porque ela é repelida por esses mesmos grupos e nunca teve interesse em realmente ajudar mulheres.

Vamos colocar alguns ''pingos nos is''? Sara Winter disse que sofria de misandria e que foi curada com terapia e o nascimento do seu filho. Em 2013, quando foi expulsa do FEMEN-BR, ela fez um vídeo do Dia dos Namorados em que se dizia realizada e apaixonada pelo seu namorado. Antes de engravidar, ela mantinha relações com um homem. Que misandria é essa que se deita com quem tem repulsa e odeia tanto?

Ela diz que foi convencida a realizar o aborto quando a mesma, em textos, defendia o direito da mulher de abortar e ainda se colocava a disposição para ajudar em post datado em Setembro de 2014. E em Maio de 2015, grávida, estava nua na Av. Paulista. Em Julho de 2015 protestando em frente a Petrobras. Então, como num passe de mágica, de Julho à Setembro ela mudou de opinião totalmente e se tornou uma ativista anti-feminista, anti-aborto e em prol da família tradicional brasileira cristã.

Sara Winter nunca precisou de outras pessoas para decidir realizar um aborto, ela o fez por vontade própria. Sua misandria nunca existiu, ela tinha relações com homens abertamente. E muitos dos que compram essa imagem atual são tão oportunistas quanto ela, pois a usam para respaldar seus preconceitos a respeito de uma ideologia que nem sequer conhecem na íntegra.
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