domingo, 4 de setembro de 2016
Home »
» O outro lado do encoxamento em transportes públicos.
O outro lado do encoxamento em transportes públicos.
O maior problema que vejo no Brasil é que nossa cultura e nossas famílias não nos ensinam, quando novos, conceitos básicos de cidadania, educação e respeito ao próximo. Mesmo estando em um país onde a maioria é regida por uma doutrinação cristã em que se passa valores morais como "amai o próximo" e coisas desse tipo, as pessoas não crescem com esse sentimento de respeito, bom senso e de limites.
Em conjunto com uma cultura sexista e a falta de educação, existe a dificuldade do brasileiro - no geral - manter um bom senso e respeito ao próximo. Os indivíduos - em sua maioria - perderam o total senso do limite em todas as instâncias da nossa sociedade.
Com relação ao que ocorre quando o assunto é transporte publico, eu consigo separar em três momentos. O primeiro é relacionado aos homens que se aproveitam de uma situação para assediar mulheres em transportes públicos, seja no contato físico ou tirando fotos debaixo de suas saias. O segundo momento é quando ativistas inventam histórias para respaldar uma situação que já existe e que não precisa de mentiras para criticar e questionar, e que acabam dando o famoso "tiro no pé". O terceiro momento é o que eu desejo abordar no texto hoje, é sobre a superlotação do transporte público.
No Rio de Janeiro, os transportes públicos são regulamentados pela Prefeitura e, com isso, existe uma máfia por trás. Não existe uma preocupação real de fornecer serviço à população, e sim de manter o poder desse serviço nas mãos de poucos, tornando assim a vida do cidadão que precisa usar esse serviço em momentos desagradáveis em transportes superlotados.
Transporte público em determinadas áreas é sinônimo de lata de sardinha. E isso faz com que indivíduos tentam insistentemente burlar a lei da física e colocar dois corpos no mesmo espaço para conseguir chegar ao trabalho.
A Prefeitura do Rio de Janeiro diz inovar com os BRTs. Transportes rápidos que possuem uma faixa única. Quando li sobre isso, fiquei contente, afinal chegaria no trabalho em basicamente 30 minutos. Mas dependendo do horário que eu pegue, são 30 minutos desconfortáveis para mim que sou mulher e para os homens que muitas vezes não sabem como se posicionar no transporte superlotado sem que acabe encostando em uma mulher de forma que eles não querem.
A Prefeitura fez o favor de cancelar algumas linhas, obrigando o cidadão a pegar o BRT para chegar ao seu destino mas não se importou se o transporte iria suprir a sua necessidade. O desconforto é mútuo e causado pela superlotação de transportes por causa de medidas vindas da Prefeitura. É tão nítido o desconforto dos indivíduos nessa situação, em seus rostos apáticos sem saber o que fazer por não ter controle da situação, quanto o alívio evidente quando o transporte para em um ponto e as pessoas descem, tornando um pouco menos lotado o vagão.
É um absurdo termos que lidar com um serviço que pagamos para usar, somos maltratados e ainda não temos opção de escolha, visto que a mesma Prefeitura que “inovou" também retirou as vans e kombis que fazem o mesmo percurso e as linhas de ônibus.
É preciso mudar imediatamente. A superlotação dos transportes públicos é uma das causas por encoxamentos nos mesmos, seja intencionais ou não. A Prefeitura, buscando o monopólio dos transportes, transformou as idas e as vindas dos cidadãos em momentos desagradáveis e desumanos.
Não precisamos de bilhetes grátis, precisamos de transportes livres do monopólio, precisamos de livre mercado nos transportes. É direito do cidadão escolher que transporte usar para se locomover e não ter a obrigatoriedade de utilizar o BRT superlotado por não ter opção de escolha.
Devemos lutar por uma reformulação diante dessas medidas autoritárias e criminosas das nossas Prefeituras que cerceiam nosso direito de escolha e nos colocam em situações desumanas.
0 comentários:
Postar um comentário