domingo, 4 de setembro de 2016

Feminismo Liberal

Surgiu no grupo da página um álbum de uma moça, chamada Ana Bisker, que, em conjunto com outra moça, chamada Mariana Gauer Correia, resolveu falar das vertentes do feminismo. Como sempre, quando essas moças de esquerda resolvem falar sobre o feminismo liberal, é uma lambança só. Resolvi pegar meu super power esfregão individualista e limpar essa sujeira. 

O feminismo liberal e o feminismo individualista são bem parecidos, tem pautas bem similares e andam juntos na maioria dos assuntos pertinentes à sociedade e ao universo feminino. Para mim, a diferença deles é apenas uma tecnicalidade, então, quando eu falar aqui sobre o feminismo liberal, podem englobar o individualista também.

O feminismo liberal e individualista são duas vertentes que deram origem ao pensamento feminista e todas as manifestações datadas desde os registros dos primeiros movimentos históricos rotulados como feminismo por historiadores.

O pensamento individualista inserido no feminismo foi o que motivou vários liberais e anarquistas em seu tempo a abordar a situação sócio-politico-econômica no universo das mulheres. De fato, as feministas dessas vertentes buscam resultados através de ações próprias e isso não quer dizer não tenham empatia e solidariedade com outras mulheres, como gostam tanto de falar. Isso quer dizer que as feministas dessas vertentes defendem que tudo parte de como você luta e se posiciona.

Também é característica dessa vertente do feminismo não anular as outras mulheres em recortes de grupos, fazendo olimpíadas de opressão de quem é mais ou menos oprimido por características físicas ou sociais. Defendemos que toda mulher tem capacidade e força interior para superar obstáculos, mas também entendemos que muitas precisam de ajuda para isso. Mas essa ajuda está longe de ser retirar a voz dessas mulheres ou se considerar suas porta-voz, e sim ajudá-las a conquistarem sua voz e a decidirem por si próprias.

Talvez essa diferença de ação que torne difícil de entender, então vou tentar ser mais clara. Toda mulher tem poder sobre si, muitas ainda não sabem, o feminismo dessas vertentes defende que cada mulher deve escolher seu caminho e ter direito à sua propriedade sem interferência de terceiros ou do Estado. E cabe as mais empoderadas explicar isso para mulheres que são apagadas e ignoradas socialmente, mas explicar não é tirar-lhe a voz e falar por elas. Elas têm o direito de decidir, não o movimento.

Quando se faz recortes, você automaticamente anula o indivíduo em detrimento do coletivo, e isso é um erro e não deixa de ser um silenciamento, pois julga indivíduos de acordo com suas características, transformando sua vivência, sua história e sua voz em apenas mais um número em um coletivo (grupo) e não um individuo.

Feministas dessa vertentes são pró-capitalistas, por entender que o capitalismo ajudou e ajuda as mulheres a evoluir socialmente e a conquistar um espaço importante na sociedade. O capitalismo traz a modernização, o empreendedorismo, as informações, enfim, tudo aquilo que nos cerca vêm do capitalismo, que possibilitou às mulheres na época da Revolução Industrial otimizar seu tempo graças ao advento de máquinas auxiliadoras de serviços do lar até mesmo hoje, possibilitando que eu possa propagar minhas ideias a outros indivíduos e debatermos temas importantes sobre a sociedade sem precisarmos nos encontrar.

A sociedade é feita por indivíduos e todos juntos moldamos uma cultura, escolhemos políticos e buscamos nosso ideal. Mulheres tem contato com homens, e vice-versa. É um absurdo achar que homens não podem estar inseridos no feminismo quando eles estão inseridos nas nossas vidas e no nosso dia-a-dia. Não apenas por isso, mas a história mostra claramente o quanto esse casamento foi benéfico para a sociedade e na busca por direitos das mulheres.

Existem vários casos em que mulheres tornam-se empreendedoras, superam problemas financeiros e se tornam independentes - isso vem do capitalismo. Ao se dizer anti-capitalista, não apenas se torna um indivíduo hipócrita - por estar usando diariamente meios que vieram do capitalismo - como está negando que o empreendedorismo ajuda às mulheres a serem independentes e que o mercado abre vagas para empregos que possibilitam às mulheres serem independentes também.

No mais, feministas dessas vertentes são sex-positive, quer dizer, que defendemos a prostituição e a pornografia em casos de livre escolha dos indivíduos que decidem por vontade própria adentrar nessas profissões, pois se entende que a propriedade é do indivíduo e ele tem todo direito de fazer o que bem entender com ela, e terceiros não tem direito de intervir.

Dito isso, mulheres têm toda capacidade de tomar decisão sobre sua vida e sobre seu corpo. Diferente do que é dito no link da postagem, onde elas infantilizam mulheres a ponto de colocá-las como incapazes de decidir por si mesmas tomando para o movimento a voz delas e o poder de decisão das mesmas sobre sua profissão e suas escolhas.

Feministas liberais e individualistas defendem liberdades individuais e a máxima "Meu corpo, minhas regras" sem dois pesos e duas medidas. Na sua propriedade, você tem total direito de fazer o que bem entender, e isso inclui prostituir-se, pois sendo um adulto e entendendo o que interfere na sua vida cabe única e exclusivamente a você decidir.

Também somos armamentistas e defendemos o direito ao porte de armas. Critica-se paternalismo estatal. Aqui vai um adendo, as feministas liberais por vezes defendem algumas interferências estatais considerando que os meios justifiquem os fins e que existem exceções, as individualistas negam total atitude estatal perante as questões, por acreditar que o Estado fará mais mal do que bem a causa e que cotas, leis especificas não ajudam. Mas ambas as vertentes defendem que leis devem ter em sua redação a palavra “indivíduo" e não diferenciação por sexo.

Ser uma feminista liberal ou uma feminista individualista não nos torna “vadias" egoístas, como as vertentes de esquerda adoram nos pintar. Apenas conseguimos ver toda a questão com um olhar mais clínico e racional que nos possibilita defender medidas e ações que ajudem de fato as mulheres e as tornem guerreiras e não eternas vítimas.

Sendo assim, nós olhamos para todas as mulheres individualmente e tentamos entender o que essas mulheres sofrem no seu ambiente, não pela sua cor ou classe, mas sim pela sua história.

Questionamos a cultura patriarcal sexista da África e do Oriente e não maquiamos ela com multiculturalismo.

O libfem e o femind é muito mais do que tentam passar e esse texto (no qual o link esta abaixo) é tão desonesto e infeliz que nem tenho palavras para expressar.

Vale ao menos estudar a história do próprio ideal que diz defender e, quando falo isso, não falo de cartilhas ideológicas nem autoras exclusivas da esquerda, falo de tudo, desde Cristina de Pisano até os tempos atuais.

Juliana Schettino
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Links sobre feminismo individualista:
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