domingo, 4 de setembro de 2016

QUEDIABÉISSO DE TEORIA QUEER?




A Teoria Queer criou na déc de 80 o conceito de heterossexualidade compulsória e heteronormatividade.

Heterossexualidade compulsória, tem como principio cultural que todos os sujeitos nascem e devem ser heterossexuais. É a necessidade em um regime de discursos que esta inserido na política, na religião, na família em que as pessoas nascem heterossexual.

Heteronormatividade é o conceito que denota que a pessoa deve ter um comportamento heterossexual mesmo que ela não seja heterossexual na sua vida. Padronizar pessoas no campo sexual, visual e cultural. Você deve apresentar determinado padrão heterossexual em publico.

No raciocínio da Teoria Queer, a heterossexualidade compulsória significa que todas as pessoas que não são heterossexuais, ou são doentes ou precisam ser explicadas. E os indivíduos que defendem esta Teoria, acreditam que ao estudar os indivíduos sobre sua biologia e sua vivencia, ou seja, achar uma origem, já da testemunho de que existiria uma norma ou um padrão por trás. Com isso eles rejeitam qualquer relação de traumas na infância e fundamentação biológica para focar em total construção social. É como se gênero, sexo e sexualidade fossem totalmente consideradas uma construção social e não existisse outras questões a cerca do individuo que denominasse a sexualidade.

Não estou dizendo que gênero e sexualidade vem de traumas na infância ou de alguma espécie de vivência, mas sim que a Teoria nega qualquer fator cientifico e psicológico para respaldar que tudo não passa de construção social. Trocando em miúdos, diante da teoria eu não tenho necessidade e não devo me definir sobre meu sexo, gênero ou sexualidade. Na minha visão é como se eu fosse uma tela em branco com relação a sexualidade, como se me anulasse como mulher, heterossexual e cis, pois de acordo com a Teoria Queer tudo que me rotulei é apenas uma construção social, ou seja, fui doutrinada a ter essa identidade diante da sociedade.

Judith Butler por exemplo acredita que o ato de definir se é menino ou menina ao nascer pela genitália deve ser abolido. Judith também acredita que tanto gênero, sexo e sexualidade é performance( Teoria da Performaticidade), ou seja, é construído. São atos repetidos que dão a sensação de uma natureza. Outro conceito criado pela filosofa francesa Catharina Malagon, é um conceito de plasticidade no qual nós somos plásticos e nos moldamos. É a transformação dos sexos no visual e em ações construídas socialmente.

Este discurso na verdade já se encontra anteriormente na filosofia ocidental, no qual chamam de Filosofia da Diferença e foi aproveitado para a Teoria Queer. Nietzsche dizia que deveríamos transvalorar as coisas, avaliar até que ponto deve-se conservar as coisas e o que deferia reavaliar e mudar. Ele inclusive cita a questão da transvalorização referente ao cristianismo, o que é de importante manter e o que não é, como dogmas, igreja e conceitos de pecado, por exemplo. E ele e outros influenciaram toda uma tradição filosófica, no qual foi chamada de Filosofia da Diferença colocando-se contraria a Filosofia da Identidade.

A Teoria Queer acredita que tudo relacionado a identidade do individuo é fluido, socialmente construído, performado, plástico e sistêmico. É como se esses conceitos fossem observados e que não há uma ontologia do todo, mas sim uma relação de mediação cultural dos marcadores biológicos. O que torna uma espécie de teoria do negacionismo biológico, ao meu ver. É importante frisar que não existe apenas o homem e a mulher, também existe indivíduos intersexuais, mas isso não quer dizer que devemos negar a biologia e acreditar que tudo não passa de uma espécie de história fictícia utilizada para doutrinar indivíduos culturalmente baseando-se em definir sexo, gênero e sexualidade.

No bojo dessa discussão é importante entender que devemos ultrapassar a Filosofia da Identidade e da Diferença, pois não é produtivo comprar todo o ''pacote'' de uma ou de outra. Não existe como identificar uma diferença pela diferença, se você não tiver a identidade para realizar o contra peso. Uma pressupõe a outra.

Basicamente a Teoria Queer abre mão da regra pela exceção. Contudo a exceção só existe se existir a regra. Parafraseando Platão: Não tem como saber se um ponto esta parado se não tiver coisas em movimento em torno dele, e vice-versa.

Devemos ver as diferenças, mas não impormos conceitos que negam a biologia em prol de uma teoria que se baseia em dizer que tudo é uma construção social onde a mesma deixa de ter coerência quando se baseia em uma Filosofia da Diferença, onde o ponto de partida é a exceção a regra. A Teoria Queer e o pos-modernismo tentam negar a existência de um sexo biológico, tentam deturpar conceitos lógicos referentes a sexualidade do individuo para impor uma idéia de que tudo não passa de construção social. 
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Um comentário:

  1. No fim você não disse o que é de fato só deu sua opinião sobre. Teoria queer não parece ser somente a questão de que gênero, sexo e sexualidade são construídos socialmente, o que com certeza faz muito sentido.

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