domingo, 4 de setembro de 2016
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ABORTO!
Eu sou contra o aborto e não por causa de valores morais cristãos, até porque não sou religiosa.
Eu sou contra por considerar esse procedimento o último de todos os caminhos a ser tomado, é um procedimento invasivo e doloroso, não só fisicamente mas também psicologicamente. Sou contra por questões pessoais. Eu, Juliana, não faria um aborto (não sei como reagiria em caso de estupro) e não tenho intenções de propagar uma idéia de que o aborto não é nada demais, muito pelo contrario.
Eu não consigo ter uma dimensão da dor que trás um aborto, até por que um dos meus maiores desejos é ser mãe. Mas também não posso querer intervir na vida e propriedade de outras pessoas.
Acredito que cada um deve escolher o seu caminho e decidir sobre seu corpo e por isso eu sou o que se chama ''pró-choice''. Eu não devo impor minha opinião sobre uma mulher por meio estatal, mas eu posso levar palavras a ela, nós podemos. Podemos dar educação sexual, podemos dar uma palavra de conforto, e é isso que nos cabe e não achar que temos o poder de impedir que outras mulheres tomem decisão sobre sua vida que nós não tomaríamos.
Sendo assim eu sou contra qualquer imposição, seja por meio estatal ou dogmas religiosos(medo) na vida de uma mulher. Acredito que cada uma é responsável pelo caminho que tomar, e devemos decidir por nós mesmas o que desejamos munidas de informações.
Existem várias questões que discutem sobre o aborto. Questões científicas, religiosas e de saúde pública. Argumentos contra e a favor são variados. Eu costumo encarar a questão do limite de tempo para o procedimento com uma visão cientifica. Apesar se ter um desejo enorme de ser mãe eu não romantizo a gravidez e sei dos problemas que podem surgir na saúde de uma mulher e os estágios do feto. Isso faz com que, apesar de ser um assunto muito emocional eu lide com o maximo de racionalidade possível.
''Juliana, quais principais medidas que devemos tomar sobre este problema de saúde pública?''
Uma das principais medidas - na minha opinião - é montar grupos para palestrar e levar informação as mulheres de periferias e zonas rurais. Ainda hoje mulheres que vivem em favelas e comunidades de periferias não entendem nem sabem usar a pílula. Muitas mulheres não conhecem seu corpo, não sabem lidar com ele. Educação sexual é extremamente importante e as mulheres são, em sua maioria, castradas desses assuntos desde novas.
Ter maior informação e menos burocracia para realizações de vasectomias e ligadura de trompas. Hoje uma mulher da periferia que usa o SUS e faz uma cesariana não pode aproveitar e ligar suas trompas. Tem uma série de burocracias que dificultam mais a vida da mulher que escolhe esse método para não ter mais filhos.
E finalmente, munidos de informações sobre tudo que cerca o sexo, o Estado não tem direito de intervir na vida de uma mulher, ela deve decidir por si mesma. Além disso deve ser legalizado para que caso exista algum abuso em clinicas que as mesmas sejam responsabilizadas.
Eu sou feminista, sou contra o aborto e contra a criminalização do mesmo.
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